quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Amizades, paixões e amores (de um amigo)


Amizades, paixões e amores

1 de agosto de 2011 por João Bosco Leal       Total caracteres: 4128Faça seu comentário »
João Bosco Leal
Antes da primeira palavra ser dita entre pessoas que estão se conhecendo, normalmente já surge uma afinidade maior ou menor entre elas. Alguns são mais alegres que outros, mais ou menos carismáticos e possuem expressões faciais que nos agradam ou desagradam desde o primeiro momento.
Conscientemente, ao conhecer novas pessoas ninguém pretende se afastar, mas se aproximar e esse primeiro contato pode nos levar tanto a uma nova amizade, como a um desinteresse sequer por um segundo encontro.
Sentimentos assim, inexplicáveis, movem toda a vida sentimental dos seres humanos em suas buscas, descobertas, aproximações, afastamentos, alegrias e tristezas em seus relacionamentos, de quantidades e intensidades diferentes em cada um, mas sempre estamos buscando conhecer novas pessoas e lugares, sentir novas emoções, realizar aventuras, corrrer mais ou menos riscos.
Nessas tentativas podemos conhecer pessoas que nos provoquem sensações desconhecidas ou não sentidas ultimamente, tanto de um verdadeiro asco, como o desejo de maior aproximação, de aprofundar o conhecimento, ou ainda atrações físicas e fantasias.
As que provocam o desejo de maior conhecimento podem se tornar nossas amigas, namoradas e até esposas, enquanto as que provocam atrações físicas podem até se tornar qualquer uma dessas coisas, mas certamente não serão suficientes para sustentar nenhuma amizade ou um relacionamento mais duradouro, que ultrapassem os momentos de prazer que poderão nos proporcionar.
Em outros períodos, mais raros, a nossa procura tende a ser mais interior, sem buscar nenhum conhecimento externo além do nosso próprio Eu. São ocasiões em que dirigimos nossas buscas para nosso interior, querendo saber mais sobre o nosso próprio ser, entender o porque somos dessa ou daquela maneira e os motivos que nos tornaram assim.
É durante esses períodos, de auto conhecimento, que mais crescemos como pessoas, seres humanos. Temos aí a oportunidade de percebermos nossos erros e acertos, buscar correções, mudanças de rumo, seguirmos por rotas ou de modo diferente, sendo mais ou menos exigentes com os outros e com nós mesmos.
Buscando entender quem realmente somos, logo perceberemos, lá no fundo, coisas que não conhecíamos sobre nós mesmos e que muitas vezes até nos surpreenderão, mas certamente também virá a certeza, clara, indiscutível, que somos o resultado de todo o nosso passado, o que ocorreu em nossas vidas.
O que fizemos, sentimos, gostamos, recusamos, com o que sofremos e vibramos, nossa alimentação, vestes, amizades, os filmes que assistimos, os livros que lemos, lugares onde vivemos e as viagens que fizemos nos moldaram assim, em seres únicos, especiais.
Com essa moldagem própria sentiremos, de modo diferente de todos os outros seres, cada nova ocorrencia em nossas vidas. Novas amizades, trabalhos, relacionamentos, ou reações em diversas situações, como uma provocação recebida no trânsito, serão encaradas de maneira distinta por cada um.
Podemos gostar ou odiar cada pessoa que conhecemos ou fatos que ocorreram, de modo in Iniciáticas & Outrosverso à abordagem dada por outra pessoa, sem nenhum motivo justificável, simplesmente porque cada um pensa e age de modo diferente do outro, como ocorre com nossas predileções religiosas, futebolísticas, físicas e alimentares, por mais que tenhamos afinidades em diversos outros assuntos.
São iguais para todos as durações dos sentimentos gostar, paixão e amar. São elas, respectivamente: imediatamente; por um período; ou que durará a cada amanhecer e anoitecer, pelo resto de nossas vidas.

terça-feira, 16 de agosto de 2011

Feche a boca e abra os braços

Uma amiga ligou com notícias perturbadoras: a filha solteira estava grávida.

Relatou a cena terrível ocorrida no momento em que a filha finalmente contou
a ela e ao marido sobre a gravidez. Houve acusações e recriminações,
variações sobre o tema "Como pôde fazer isso conosco?"
Meu coração doeu por todos: pelos pais que se sentiam traídos e pela filha
que se envolveu numa situação complicada como aquela. Será que eu poderia ajudar, servir de ponte entre as duas partes?

Fiquei tão arrasada com a situação que fiz o que faço – com alguma
frequência – quando não consigo pensar com clareza: liguei para minha mãe.
Ela me lembrou de algo que sempre a ouvi dizer. Imediatamente, escrevi um
bilhete para minha amiga, compartilhando o conselho de minha mãe: "Quando
uma criança está em apuros, feche a boca e abra os braços."

Tentei seguir o mesmo conselho na criação de meus filhos. Tendo tido cinco
em seis anos, é claro que nem sempre conseguia. Tenho uma boca enorme e uma paciência minúscula.

Lembro-me de quando Kim, a mais velha, estava com quatro anos e derrubou o abajur de seu quarto. Depois de me certificar de que não estava machucada, me lancei numa invectiva sobre aquele abajur ser uma antiguidade, sobre estar em nossa família há três gerações, sobre ela precisar ter mais cuidado e como foi que aquilo tinha acontecido – e só então percebi o pavor estampado em seu rosto. Os olhos estavam arregalados, o lábio tremia. Então me lembrei das palavras de minha mãe. Parei no meio da frase e abri os braços.

Kim correu para eles dizendo:

– Desculpa... Desculpa – repetia, entre soluços. Nos sentamos em sua cama,
abraçadas, nos embalando. Eu me sentia péssima por tê-la assustado e por
fazê-la crer, até mesmo por um segundo, que aquele abajur era mais valioso
para mim do que ela.

– Eu também sinto muito, Kim – disse quando ela se acalmou o bastante para
conseguir me ouvir. - Gente é mais importante do que abajures.
Ainda bem que você não se cortou.

Felizmente, ela me perdoou. O incidente do abajur não deixou marcas perenes.
Mas o episódio me ensinou que é melhor segurar a língua do que tentar voltar
atrás após um momento de fúria, medo, desapontamento ou frustração.

Quando meus filhos eram adolescentes – todos os cinco ao mesmo tempo – me deram inúmeros outros motivos para colocar a sabedoria de minha mãe em prática: problemas com amigos, o desejo de ser popular, não ter par para ir ao baile da escola, multas de trânsito, experimentos de ciência mal sucedidos e ficar em recuperação. Confesso, sem pudores, que seguir o conselho de minha mãe não era a primeira coisa que me passava pela mente quando um professor ou diretor telefonava da escola. Depois de ir buscar o infrator da vez, a conversa do carro era, algumas vezes, ruidosa e unilateral.

Entretanto, nas ocasiões em que me lembrava da técnica de mamãe, eu não
precisava voltar atrás no meu mordaz sarcasmo, me desculpar por suposições errôneas ou suspender castigos muito pouco razoáveis. É impressionante como a gente acaba sabendo muito mais da história e da motivação por trás dela quando está abraçando uma criança, mesmo uma criança num corpo adulto.
Quando eu segurava a língua, acabava ouvindo meus filhos falarem de seus
medos, de sua raiva, de culpas e arrependimentos. Não ficavam na defensiva
porque eu não os estava acusando de coisa alguma. Podiam admitir que estavam errados sabendo que eram amados, apesar de tudo. Dava para trabalharmos com "o que você acha que devemos fazer agora", em vez de ficarmos presos a "como foi que a gente veio parar aqui?"

Meus filhos hoje estão crescidos, a maioria já constituiu a própria família.
Um deles veio me ver há alguns meses e disse "Mãe, cometi uma idiotice..."

Depois de um abraço, nos sentamos à mesa da cozinha. Escutei e me limitei a assentir com a cabeça durante quase uma hora enquanto aquela criança
maravilhosa passava o seu problema por uma peneira. Quando nos levantamos, recebi um abraço de urso que quase esmagou os meus pulmões.

– Obrigado, mãe. Sabia que você me ajudaria a resolver isto.

É incrível como pareço inteligente quando fecho a boca e abro os braços.

Diane C. Perrone
Histórias para aquecer o coração das mães Jack Canfield, Mark Victor Hansen
e outros Editora Sextante

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

A crença de que a felicidade é um direito tem tornado despreparada a geração mais preparada


Texto acessado em:
A crença de que a felicidade é um direito tem tornado despreparada a geração mais preparada

Ao conviver com os bem mais jovens, com aqueles que se tornaram adultos há pouco e com aqueles que estão tateando para virar gente grande, percebo que estamos diante da geração mais preparada – e, ao mesmo tempo, da mais despreparada. Preparada do ponto de vista das habilidades, despreparada porque não sabe lidar com frustrações. Preparada porque é capaz de usar as ferramentas da tecnologia, despreparada porque despreza o esforço. Preparada porque conhece o mundo em viagens protegidas, despreparada porque desconhece a fragilidade da matéria da vida. E por tudo isso sofre, sofre muito, porque foi ensinada a acreditar que nasceu com o patrimônio da felicidade. E não foi ensinada a criar a partir da dor.

Há uma geração de classe média que estudou em bons colégios, é fluente em outras línguas, viajou para o exterior e teve acesso à cultura e à tecnologia. Uma geração que teve muito mais do que seus pais. Ao mesmo tempo, cresceu com a ilusão de que a vida é fácil. Ou que já nascem prontos – bastaria apenas que o mundo reconhecesse a sua genialidade.

Tenho me deparado com jovens que esperam ter no mercado de trabalho uma continuação de suas casas – onde o chefe seria um pai ou uma mãe complacente, que tudo concede. Foram ensinados a pensar que merecem, seja lá o que for que queiram. E quando isso não acontece – porque obviamente não acontece – sentem-se traídos, revoltam-se com a “injustiça” e boa parte se emburra e desiste.

Como esses estreantes na vida adulta foram crianças e adolescentes que ganharam tudo, sem ter de lutar por quase nada de relevante, desconhecem que a vida é construção – e para conquistar um espaço no mundo é preciso ralar muito. Com ética e honestidade – e não a cotoveladas ou aos gritos. Como seus pais não conseguiram dizer, é o mundo que anuncia a eles uma nova não lá muito animadora: viver é para os insistentes.

Por que boa parte dessa nova geração é assim? Penso que este é um questionamento importante para quem está educando uma criança ou um adolescente hoje. Nossa época tem sido marcada pela ilusão de que a felicidade é uma espécie de direito. E tenho testemunhado a angústia de muitos pais para garantir que os filhos sejam “felizes”. Pais que fazem malabarismos para dar tudo aos filhos e protegê-los de todos os perrengues – sem esperar nenhuma responsabilização nem reciprocidade.

É como se os filhos nascessem e imediatamente os pais já se tornassem devedores. Para estes, frustrar os filhos é sinônimo de fracasso pessoal. Mas é possível uma vida sem frustrações? Não é importante que os filhos compreendam como parte do processo educativo duas premissas básicas do viver, a frustração e o esforço? Ou a falta e a busca, duas faces de um mesmo movimento? Existe alguém que viva sem se confrontar dia após dia com os limites tanto de sua condição humana como de suas capacidades individuais?

Nossa classe média parece desprezar o esforço. Prefere a genialidade. O valor está no dom, naquilo que já nasce pronto. Dizer que “fulano é esforçado” é quase uma ofensa. Ter de dar duro para conquistar algo parece já vir assinalado com o carimbo de perdedor. Bacana é o cara que não estudou, passou a noite na balada e foi aprovado no vestibular de Medicina. Este atesta a excelência dos genes de seus pais. Esforçar-se é, no máximo, coisa para os filhos da classe C, que ainda precisam assegurar seu lugar no país.
Da mesma forma que supostamente seria possível construir um lugar sem esforço, existe a crença não menos fantasiosa de que é possível viver sem sofrer. De que as dores inerentes a toda vida são uma anomalia e, como percebo em muitos jovens, uma espécie de traição ao futuro que deveria estar garantido. Pais e filhos têm pagado caro pela crença de que a felicidade é um direito. E a frustração um fracasso. Talvez aí esteja uma pista para compreender a geração do “eu mereço”.
Basta andar por esse mundo para testemunhar o rosto de espanto e de mágoa de jovens ao descobrir que a vida não é como os pais tinham lhes prometido. Expressão que logo muda para o emburramento. E o pior é que sofrem terrivelmente. Porque possuem muitas habilidades e ferramentas, mas não têm o menor preparo para lidar com a dor e as decepções. Nem imaginam que viver é também ter de aceitar limitações – e que ninguém, por mais brilhante que seja, consegue tudo o que quer.
A questão, como poderia formular o filósofo Garrincha, é: “Estes pais e estes filhos combinaram com a vida que seria fácil”? É no passar dos dias que a conta não fecha e o projeto construído sobre fumaça desaparece deixando nenhum chão. Ninguém descobre que viver é complicado quando cresce ou deveria crescer – este momento é apenas quando a condição humana, frágil e falha, começa a se explicitar no confronto com os muros da realidade. Desde sempre sofremos. E mais vamos sofrer se não temos espaço nem mesmo para falar da tristeza e da confusão.
Me parece que é isso que tem acontecido em muitas famílias por aí: se a felicidade é um imperativo, o item principal do pacote completo que os pais supostamente teriam de garantir aos filhos para serem considerados bem sucedidos, como falar de dor, de medo e da sensação de se sentir desencaixado? Não há espaço para nada que seja da vida, que pertença aos espasmos de crescer duvidando de seu lugar no mundo, porque isso seria um reconhecimento da falência do projeto familiar construído sobre a ilusão da felicidade e da completude.
Quando o que não pode ser dito vira sintoma – já que ninguém está disposto a escutar, porque escutar significaria rever escolhas e reconhecer equívocos – o mais fácil é calar. E não por acaso se cala com medicamentos e cada vez mais cedo o desconforto de crianças que não se comportam segundo o manual. Assim, a família pode tocar o cotidiano sem que ninguém precise olhar de verdade para ninguém dentro de casa.
Se os filhos têm o direito de ser felizes simplesmente porque existem – e aos pais caberia garantir esse direito – que tipo de relação pais e filhos podem ter? Como seria possível estabelecer um vínculo genuíno se o sofrimento, o medo e as dúvidas estão previamente fora dele? Se a relação está construída sobre uma ilusão, só é possível fingir.
Aos filhos cabe fingir felicidade – e, como não conseguem, passam a exigir cada vez mais de tudo, especialmente coisas materiais, já que estas são as mais fáceis de alcançar – e aos pais cabe fingir ter a possibilidade de garantir a felicidade, o que sabem intimamente que é uma mentira porque a sentem na própria pele dia após dia. É pelos objetos de consumo que a novela familiar tem se desenrolado, onde os pais fazem de conta que dão o que ninguém pode dar, e os filhos simulam receber o que só eles podem buscar. E por isso logo é preciso criar uma nova demanda para manter o jogo funcionando.
O resultado disso é pais e filhos angustiados, que vão conviver uma vida inteira, mas se desconhecem. E, portanto, estão perdendo uma grande chance. Todos sofrem muito nesse teatro de desencontros anunciados. E mais sofrem porque precisam fingir que existe uma vida em que se pode tudo. E acreditar que se pode tudo é o atalho mais rápido para alcançar não a frustração que move, mas aquela que paralisa.
Quando converso com esses jovens no parapeito da vida adulta, com suas imensas possibilidades e riscos tão grandiosos quanto, percebo que precisam muito de realidade. Com tudo o que a realidade é. Sim, assumir a narrativa da própria vida é para quem tem coragem. Não é complicado porque você vai ter competidores com habilidades iguais ou superiores a sua, mas porque se tornar aquilo que se é, buscar a própria voz, é escolher um percurso pontilhado de desvios e sem nenhuma certeza de chegada. É viver com dúvidas e ter de responder pelas próprias escolhas. Mas é nesse movimento que a gente vira gente grande.

Seria muito bacana que os pais de hoje entendessem que tão importante quanto uma boa escola ou um curso de línguas ou um Ipad é dizer de vez em quando: “Te vira, meu filho. Você sempre poderá contar comigo, mas essa briga é tua”. Assim como sentar para jantar e falar da vida como ela é: “Olha, meu dia foi difícil” ou “Estou com dúvidas, estou com medo, estou confuso” ou “Não sei o que fazer, mas estou tentando descobrir”. Porque fingir que está tudo bem e que tudo pode significa dizer ao seu filho que você não confia nele nem o respeita, já que o trata como um imbecil, incapaz de compreender a matéria da existência. É tão ruim quanto ligar a TV em volume alto o suficiente para que nada que ameace o frágil equilíbrio doméstico possa ser dito.
Agora, se os pais mentiram que a felicidade é um direito e seu filho merece tudo simplesmente por existir, paciência. De nada vai adiantar choramingar ou emburrar ao descobrir que vai ter de conquistar seu espaço no mundo sem nenhuma garantia. O melhor a fazer é ter a coragem de escolher. Seja a escolha de lutar pelo seu desejo – ou para descobri-lo –, seja a de abrir mão dele. E não culpar ninguém porque eventualmente não deu certo, porque com certeza vai dar errado muitas vezes. Ou transferir para o outro a responsabilidade pela sua desistência.
Crescer é compreender que o fato de a vida ser falta não a torna menor. Sim, a vida é insuficiente. Mas é o que temos. E é melhor não perder tempo se sentindo injustiçado porque um dia ela acaba.

SER TRANSPARENTE


Às vezes, nos perguntamos por que é tão difícil ser transparente.
Costumamos acreditar que ser transparente é simplesmente ser sincero e não enganar os outros. No entanto, é muito mais do que isso.
É ter coragem de se expor, de ser frágil, de chorar, de falar do que sentimos. É desnudar a alma, deixar cair as máscaras e baixar as armas.
É destruir os imensos e grossos muros que insistimos tanto em levantar e permitir que toda a nossa doçura aflore, desabroche e transborde.
Infelizmente, quase sempre, a maioria de nós decide não correr esse risco. Preferimos a dureza da razão à leveza que exporia toda a fragilidade humana.
Preferimos o nó na garganta às lágrimas que brotam da profundeza do nosso ser.
Preferimos nos perder na busca insensata por respostas imediatas a simplesmente nos entregar diante de Deus e admitir que não sabemos todas as respostas, que somos frágeis, que temos medo.
Por mais doloroso que seja construir uma máscara que nos distancia cada vez mais do que realmente somos e de Deus, preferimos manter uma imagem que nos dê a sensação de proteção.
E vamos nos afogando mais e mais em atitudes, palavras e sentimentos que não condizem com o nosso verdadeiro eu.
Não porque sejamos pessoas falsas, mas porque nos perdemos de nós mesmos e já não sabemos onde está nossa brandura, nosso amor mais intenso.
Com o passar dos anos, um vazio escuro nos faz perceber que já não sabemos oferecer e nem pedir aos que nos cercam o que de mais precioso temos a compartilhar: a doçura, a compaixão e a compreensão.
Muitas vezes sofremos e nos sentimos sós, imensamente tristes e choramos sozinhos, num silêncio que nos remete à saudade de nós mesmos.
Saudade daquilo que pulsa e grita dentro de nós e que não temos coragem de mostrar àqueles que nos querem bem e que nos amam.
Aprendemos que nos mostrar com transparência é sinal de fraqueza, é ser menos do que o outro. Na verdade, se agíssemos deixando que a nossa razão ouvisse o nosso coração, poderíamos evitar muita dor.
* * *
Quando formos surpreendidos pelo sofrimento de qualquer natureza, lembremos primeiramente de Deus, Pai amoroso, que nunca desampara um filho Seu. Fortaleçamo-nos na prece e na fé que conforta e acalma.
Ao partilhar as dores com os nossos afetos, tenhamos a certeza que elas serão abrandadas, pois dividir as angústias, medos e aflições, as torna menores.
Quando partilharmos as alegrias, estaremos fazendo felizes também aqueles a quem estimamos, pois a alegria dos amigos é nossa também.
Expor a nossa fragilidade aos amigos e amores jamais será sinal de fraqueza.
Procuremos, pois, de forma equilibrada, não prender tanto o choro, não conter a demonstração da alegria, não esconder tanto o nosso medo e nossas aflições. Enfim, abandonemos essa ideia de desejarmos parecer tão invencíveis.

domingo, 7 de agosto de 2011

Quando vc era bem pequeno - Max Gehringer


Quando vc era bem pequeno...  




...eles gastavam horas lhe  ensinando a usar talheres  nas refeições...




... ensinando você a se vestir,  amarrar os cadarços dos  sapatos, fechar os botões da camisa..




Limpando-o  quando você sujava suas fraldas lhe ensinando a lavar o rosto  a se banhar a pentear seus cabelos...


 

...lhe  ensinando valores  humanos...






Por isso...
 
 
    
...quando eles ficarem velhos um  dia...e seria bom que todos pudessem chegar até aí (não preciso  explicar...não é?)
 
  
...quando eles começarem a ficar  mais esquecidos e demorarem a responder...
 
  
...não se chateie com eles...
 
  
...quando eles começarem a esquecer  de fechar botões da camisa, de amarrar cadarços de sapato...
  
...quando eles começarem a se sujar nas  refeições...
 
  
...quando as mãos deles começarem a  tremer enquanto penteiam cabelo...
 
  
...por favor, não os  apresse...porque você está crescendo aos poucos, e eles  envelhecendo... 
 
...basta sua presença... sua  paciência... sua generosidade... sua  retribuição...
 
 
 
...para que os corações  deles fiquem aquecidos...
 
  
...se um dia eles não conseguirem  se equilibrar ou caminhar direito...
 
  
...segure firme as mãos deles e os  acompanhe bem devagar respeitando o ritmo deles durante a caminhada... da  mesma forma como eles respeitaram o seu ritmo quando lhe ensinaram a  andar...

 
fique perto deles...assim  como...
  
...eles sempre estiveram  presentes em sua vida, sofrendo por você... torcendo por você...  
 
 
e vivendo "POR  VOCÊ"

 




 



"Não eduque  seu filho para ser rico, eduque-o para ser feliz.
 

Assim ele  saberá o VALOR das coisas e não o seu PREÇO"
 

(Max  Gehringer) 
 


sábado, 6 de agosto de 2011

Contribuição do Marcio Martini - Quando se é velho


Conta nosso querido Márcio que....

"Lá em 2005 eu trabalhava numa consultoria pro Banco NossaCaixa e lá, tinha vários amigos velhos - assim como nós, que já entraram nos ENTA :-). Uma delas, a Silvia me pediu que escrevesse algo sobre essa coisa de  "a gente não se sente com a idade que tem" ...

Bom ... nasceu um texto que correu banco afora  - afinal lá todos eram "moços como nós" ...


Quando se é velho 


Ser velho é sina. 
Estar velho é burrice. 

Não está velho quem só é velho. 
Somos velhos em todas as épocas da vida. 

Aos 8 anos você era o MAIS VELHO, ao qual todos os seus irmãos e irmãs deviam respeitar. 
Aos 18 anos você foi oficiado MAIS VELHO, com direito a registro e documento. 

Qualquer um com vinte anos de diferença, sempre será MAIS VELHO, não importa a idade. 

Houve uma época em que você quis namorar gente MAIS VELHA e, pra azar seu, você era gente MAIS NOVA. 
Talvez hoje você queira namorar gente MAIS NOVA e, pra azar seu, você é que é gente MAIS VELHA. 

A receita pra não ser MAIS VELHO é simples: seja gente do AGORA. 

Quem é do AGORA não pode ser mais velho nem mais novo, simplesmente porque é do AGORA. 
Quem é do AGORA usa internet, wireless, ORKUT, celular, PC, VOIP, fala no SKIPE, reponde e-mail, pega virus, dana-se sem backup, assiste DVD, usufrui do bi-combustível etc 

Uma prova simples para ser do AGORA é participar DESSA comunidade. 

Quinta-feira fui jantar com a Maria num restaurante DE VELHOS, daquele tipo SLOW FOOD. 
Depois de saborearmos aquelas iguarias que só os VELHOS sabem apreciar - e nenhuma delas tinha gosto de ISOPOR nem gás artificial - deparei-me com um cartaz na saída da casa: 

LIVE IS TOO SHORT, SO LETS DRINK GOOD WINE 

Olhamo-nos e, às gargalhadas, saimos felizes como DOIS VELHINHOS ANARQUISTAS.

Marcio Martini
10/05/2005

terça-feira, 2 de agosto de 2011

AÇÃO DO BEM

Olá pessoas!!!
Nesse final de semana, no ARIRI, foi realizada mais uma oficina de costura com as mulheres do ARIRI.
Vejam no link abaixo a AÇÃO DO BEM, fotos e comentários das moradoras do ARIRI fazendo trabalho para a ARTECA, postadas pela estilista SARITA, que graciosamente veio abrilhantar essa tarefa. Cliquem no link abaixo do blog.

http://www.sdpmoda.com/search/label/a%C3%A7%C3%A3o%20do%20bem
ou
ação do bem

Nós da ARTECA, em nomes das "senhorinhas" do ARIRI, agradecemos a Sarita de coração
Boa leitura!!!